Conforme explanado pela Psicóloga Clinica Sueli Menezes, em seu artigo “Adolescência e Drogas I”, os conflitos da adolescência sempre existiram, pois desde muito tempo atrás, esse assunto já era discutido, e tal afirmação corresponde ao entendimento de um grande filósofo grego Sócrates, que entre (470 a.C. – 399 a.C.), disse o seguinte: “Os jovens rebelam-se contra a autoridade e não respeitam os mais velhos, contradizem seus pais, cruzam as pernas e tiranizam seus mestres”.
Logo é importante dizer que tais comportamentos iniciam-se quando do período de transição para a puberdade, que por sinal caminha junto com a adolescência. A adolescência é o amadurecimento emocional e a puberdade o amadurecimento físico, e logo após essas transições, surge às transformações biofisiológicas que objetivam a maturação sexual, que tem seu inicio entre 11, 12 anos e se completa por volta dos 15,17 anos.
A transformação biofisiológica na menina tem seu inicio indicado pela (primeira menstruação) e no menino pela (primeira ejaculação com sêmen). E são essas mudanças que geram um enorme conflito, modificações essas que ocorrem em uma fase da vida em que todos nós adultos já passamos, a adolescência.
E segundo Sueli Menezes, são nestes momentos que surgem os lutos pelo corpo infantil, pela definição sexual, pelos pais da infância e pelo papel e pela identidade infantil, lutos estes que para uma melhor compreensão passamos a conceituá-los:
· Luto infantil: Ocorre por varias mudanças, entre elas, a voz, que começa a mudar, sem que possa interferir e controlar tais transformações, sentindo-se então impotente;
· Luto pela definição sexual: O adolescente começa a refletir na distinção sexual e por isso, precisa definir uma atitude que combine com o seu sexo o que lhe atribui uma maior responsabilidade;
· Luto pelos pais da infância: Os pais, que durante a infância, eram vistos como heróis, agora são vistos como seres humanos, falíveis, sujeitos a erros, a fracassos e a outros tantos sentimentos que não os fazem serem mais vistos como eram antes;
· Luto pelo papel e pela identidade infantil: O conflito em saber se é dependentes ou independentes, pois entrar no mundo dos adultos é uma mistura de desejo e medo, isso significa a perda definitiva da qualidade de criança.
E é em meio a todos esses conflitos é que a droga surge como um elemento capaz de solucioná-los, momento estes em que fogem da realidade, e por alguns instantes, sob o efeito dela, se sente o todo-poderoso, o que o faz se tornar totalmente independente.
Mas essa independência tão sonhada, na maioria das vezes depende de sua inclusão em grupos, os quais exigem do adolescente a dependência de suas regras, ou seja, o uso da droga, e com medo de não ser aceito, o adolescente se submete a essas regras, e se em casa não houver um diálogo suficientemente capaz de envolvê-lo, ele fatalmente, cederá a essas regras.
Por fim, importante lembrar que todos nós devemos estar inseridos no convívio social, ou seja, a fazermos parte de grupos, entretanto, essa inclusão não é saudável quando nos inserimos em grupos que modificam para pior nossa personalidade e que a conversa sincera entre pais e filhos de forma regular e apropriada, será uma das melhores formas de prevenção ao uso indevido de drogas, sejam essas, lícitas ou ilícitas.
FONTE: http://adroga.casadia.org/prevencao/index.htm
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